SÃO JOSÉ DO RIO PARDO E REGIÃO – ANO 36



Esperança

10/04/2021

Compartilhar



Novos vereadores eleitos e empossados em todas as cidades da região trazem um novo ar às Câmaras Municipais.

Em todas as cidades da região, as sessões das Câmaras Municipais, transmitidas ao vivo pela internet, foi fundamental para trazer uma descrença na classe política que, por sua vez, foi mola mestra do número recorde de abstenção em todas as cidades da região, principalmente em Mococa.

Boa parte da população não entende claramente sequer o funcionamento das Câmaras, e infindáveis discursos, trocas de acusações e farpas lançadas nas sessões por um lado atraiu público, por outro lado gerou notável insatisfação.

Cada vez mais uma pergunta, frequente neste DEMOCRATA, ecoou pelas nossas urbes. “vereadores: servem para que?”
A maioria das pessoas vê vereadores como responsáveis por soluções de problemas no varejo. Troca de uma lâmpada em um bairro, tampar buraco em uma rua, ajudar a conseguir remédio para um enfermo, ajudar a furar a fila para atendimento médico para alguém...

Buscando dar aparência de trabalho duro, alguns vereadores apostam na atuação de despachante. Ficam, como presos em cadeia com tempo ocioso, o tempo todo na internet e em redes sociais. A cada reclamação de serviço público, oferecem-se para fazer um requerimento, uma indicação. Mandam um servidor da Câmara fazer o requerimento que, prontamente assinado, é protocolado nas redes sociais como “prestação de contas”.

A esmagadora maioria destes requerimentos é estéril. Não produz nada. Mas dá ao popular a impressão que o vereador está trabalhando. Em alguns lugares essa prática garantiu reeleições.

Em outros, vereadores se apresentam como algozes dos prefeitos. Sem se importar com a cidade ou com o interesse público, fazem do prefeito um alvo. Cada reclamação de serviço público em rede social é reverberada, a revolta contra o executivo existente é ampliada e, onde não há, plantada. Pode até render resultados nas urnas, mas é vitória de Pirro. O vencedor leva uma cidade economicamente destroçada. A saída: passar quatro anos criticando a administração anterior.

A função institucional dos vereadores é legislar. Função legiferante. Você, leitor. Lembra-se do vereador em quem votou em 2016. Sabe dizer um único projeto de lei de autoria dele no mandato que acabou há dias? Uma lei que tenha, efetivamente, melhorado a vida na cidade?

Se pusermos em uma mão o custo dos vereadores e da estrutura administrativa que consomem para atuar e, na outra, os resultados práticos por eles obtidos para as cidades, sequer é preciso muita análise para um resultado que mostre que a produção está muito aquém do investimento.

Ao leitor que inadvertidamente entender que somos contra a instituição republicana, recomendamos mais atenção ao texto.

Legislativo é um poder da república, necessário para contrabalancear o poder. Mas está descaracterizado, na prática e principalmente em cidades interiorianas.

Nossa esperança que nesta década aumente o conhecimento do povo e, assim, aumentará o nível das discussões nas Casas Legislativas que finalmente passarão a cumprir sua função republicana e não mais como intermediadores no varejo de soluções particulares.



Comentários


















Leia também:

Religião
Cardeal Dom Orani Tempesta escreve texto inspirado: Domino Gaudete

Fé Calvinista
Reverendo Jonatas Outeiro escreve: Distorção do sentido do natal

Opinião
Paula Winitski escreve essa semana um lindo texto sobre natal: O Natal é Jesus!

Fitness
Educadora física Cristiane Zanetti escreve: Como praticar exercício em casa

Mais notícias…




Jornal Democrata
São José do Rio Pardo e Região
Whats 19 98963-2498
Tel.: 19 3608-5040

Siga-nos nas Redes Sociais

contato@jornaldemocrata.com.br