Estação dos deputados muy amigos

As redes sociais ajudaram muito os brasileiros com a memória. De aniversário de amigos a datas anuais (como dia das crianças, em que todos usam fotos da própria) até eleições. Aqueles políticos que costumavam prometer e nunca cumprir, agora ficam lá, com suas promessas para todos verem. 

Antes era fácil um político prometer o mesmo benefícios em diferentes cidades, sem seque pretender cumprir nada em nenhuma delas. 

Eleição recente tornou isso claro, quando em eleição nacional em Casa Branca um político local fez propaganda que o AME só foi pra lá por influência dele e, em São José do Rio pardo, cobrado em eleição municipal por que não trouxe o AME para a cidade, vieram correligionários dizer que a escolha foi do governador, que o político não teve influência.  Com as redes sociais a coisa complicou para os políticos: as informações ficam lá.

Talvez, por certo aspecto, possamos dividor os políticos em três grupos:

1. Os que prometem e nunca cumprem;

2. Os que se gabam de feitos alheios como se fossem próprios e

3. Os que trabalham.

Para os que não tem boa memória, sempre a partir de um ano antes das eleições nacionais os deputados começam a visitar as bases eleitorias, as cidades, prometendo mundos e fundos, prometende verbas que nunca chegarão.  O anúncio das verbas fica gravado na mente de quem viu o anúncio, quando o político - quem nem de longe pretende cumprir o que prometeu - fica com uma imagem de que "ajudou" a cidade.  Agora temos como cobrar as promessas, ficam gravadas nas redes sociais.  Essa é a época que vivemos. Prometem de tudo e de tudo. Emendas parlamentares são uma panacéia, todos prometem. A maioria nem pretendente cumprir, fica a impressão. Mas o anúncio de que prometem Um milhão, meio milhão e por aí vai é feito a todo tempo.

Prometer, e não cumprir, não é iliícito na vida política do Brasileiro. Veja-se o caso dos vereadores Rafael Kocian, em 2016 e do vereador Henrique Trres, em 2020: ambos prometeram não só doar o salário como prestar contas públicas. Kocian viu o fim de seu primeiro mandato sem cumprir o que prometeu, como se sua palavra nada valesse. Torres segue em seu primeiro mandato, imitando Kocian. Mas, para Torres, ainda dá tempo de começar a cumprir o que prometeu. Em ambos os casos, a impunidade sobre promessas não cumpridas colaboram com a péssima imagem do político brasileiro.

Há os políticos que se gabam de feitos alheios. Como se o povo fosse burro, estúpido mesmo. Esses são os mais expostos pelas redes sociais. 

Há os que trabalham. 

Para os deputados federais e estaduais que pretendem se reeleger, e vem às nossas cidades prometer verbas parlamentares, deixamos uma sugestão: não votem em nem um que "prometer" qualquer verba. Votem nos que comprovarem que enviaram verbas. 

Não votem, especialmente, nos que prometem que vão enviar e, quando cobrados, se revoltam. Esses são são os piores.

Esses que prometem e não cumprem e que se gabam de obras alheias como se fossem próprias e aqueles que precisam de favor mas querem que façamos algo de graça e ainda saíamos nós devendo-lhe favores nos tratam, a todos, como se fôssemos o saudosos personagem Gardelón, de Jô Soares, do programa Planeta dos Homens. 

Gardelón, um Argentino, semrpe era abordado por um "amigo" com uma proposta horrível, e um pagamento ainda pior. De levar dinamites por estradas esburacadas a ir protestar contra o sindicado Solidariedade na Polônia, em plena guerra fria, sempre com um pagamento baixo.

Quando Gardelon questionava o pagamento, o interlocutor mandava:

_E seria menos, esse valor eu consegui pra você porque a gente é amigo! 

Invariavelmente vinha o bordão, que ficou conhecido: 

_Muy amigo...    ...muy amigo!

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