SÃO JOSÉ DO RIO PARDO E REGIÃO – ANO 36



Na política e na vida ignorância não é uma virtude

30/05/2021

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"Quando você vir alguém com saudade dos ‘velhos tempos’, desconfie. Vivemos em uma grande nação e estamos corretamente orgulhosos da nossa história. Somos beneficiários do trabalho e da força e da coragem das gerações que vieram antes de nós. Mas acredito que é parte da natureza humana, especialmente em tempos de mudança e incerteza, querer olhar para trás para algum passado imaginário no qual tudo funcionava, e a economia era pujante, e todos os políticos eram inteligentes, e toda criança tinha boas maneiras, e os Estados Unidos faziam o que queriam ao redor do mundo. Adivinhem? Não era assim. Os ‘bons velhos tempos’ não eram tão bons. Sim, houve alguns períodos da nossa história nos quais a economia cresceu muito mais rápido, ou o governo corria mais suavemente (...) Mas foram esporádicos esses episódios. Na verdade, sob quase qualquer parâmetro, a América é melhor, e o mundo é melhor, do que era há 50 anos, ou há 30 anos, ou mesmo há oito anos.”
Fatos, evidências, razão, lógica, uma compreensão de ciência, são coisas boas. São qualidades que você irá querer ver em pessoas que trabalham na politica, são qualidades que vocês irão querer continuar cultivando em vocês mesmos, como cidadãos.

Isso pode parecer óbvio. É por isso que temos Bill Moyers e o Dr. Burnell. Nós tradicionalmente valorizamos estas coisas. Mas se você tem ouvido os debates políticos hoje em dia, você pode estar se perguntando: “de onde vem essa onda de anti-intelectualismo?”.

Na política e na vida, ignorância não é uma virtude.

Não é legal não saber do que você está falando. Não é “dizer a real” ou “falar na cara”. Isso não é “desafiar o politicamente correto”. É apenas não saber sobre o que você falando.

E, mesmo assim, ficamos confusos em relação a isso. Vejam, os fundadores de nossa nação: Franklin, Madison, Hamilton, Jefferson… ...eles nasceram do iluminismo! Eles procuraram escapar da superstição, do sectarismo, do tribalismo. E do “não saber nada”. Eles acreditavam no pensamento racional e em experimentação. E na capacidade de cidadãos informados em controlar os próprios destinos. Isso está embutido em nossa Constituição. Esse espírito instruiu nossos aventureiros e exploradores. Os Edsons, os irmãos Wright, os George Washingtons, os Grace Hoppers, os Norman Borlaugs e os Steve Jobs. Foi isso que construiu esse país.

Hoje, em todos os telefones, e um de seus bolsos, nós temos mais acesso a mais informação que em qualquer momento da história humana, ao toque de um botão. Mas, ironicamente, o fluxo de informações não nos tornou mais capazes de discernir a verdade. De certa forma só nos deixou mais confiantes em nossa própria ignorância.

Assumimos que o que está na internet deve ser verdadeiro.

Nós procuramos sites que digam coisas que reforcem nossas próprias disposições.

Opiniões mascaradas de fatos.

As mais absurdas teorias da conspiração estão sendo levadas a sério. Agora, entenda, tenho certeza que você aprendeu durante seus anos de faculdade e, se não, vai aprender em breve, que muitas pessoas com bom nível de graduação acadêmica que não tem bom senso algum. Essa é a verdade. Você vai conhecer, se ainda não os conheceu.

Então, o fato de que eles tem um diploma importante… ...você vai ter que conversar com eles para saber se sabem do que estão falando.

Qualidades como bondade e compaixão, honestidade e trabalho duro geralmente são mais importantes que habilidades técnicas ou conhecimentos. Mas, quando nossos líderes expressam desdém por fatos. Quando eles não são responsabilizados por repetir mentiras e inventar coisas, enquanto especialistas de verdade são dispensados por que são elitistas, então temos um problema.
Você sabe, é interessante que se nós ficamos doentes, queremos ter certeza que o médico foi a uma faculdade de medicina, que eles saibam do que estão falando. Toda vez que entramos em um avião, nós dizemos que queremos um piloto que seja capaz de pilotar o avião. E, ainda, nas nossas vidas públicas nós, de repente, pensamos: “eu não quero alguém que tenha feito isso antes”.

Olhem, a rejeição dos fatos, a rejeição da razão e da ciência, esse é o caminho para o declínio.

Isso chama a atenção para as palavras de Carl Sagan, que se formou no ensino médio aqui em Nova Jersey, ele disse: “nós podemos julgar nosso progresso pela coragem das nossas perguntas e pela profundeza de nossas respostas, nossa vontade de aceitar o que é verdade e não apenas o que nos faz nos sentirmos bem”.

Olhem, eu não estou sugerindo que análise fria de dados concretos sejam mais importantes na vida do que paixão, ou fé, ou amor ou lealdade. Eu estou sugerindo que estas grandes expressões de nossa humanidade só podem florescer quando nossa economia está funcionando bem, e quando os orçamentos propostos funcionam, e nosso meio ambiente está protegido.

E para realizar estas coisas, para fazer escolhas coletivas em busca do bem comum, nós precisamos usar nossas cabeças. Precisamos concordar que fatos e evidências importam. E nós temos de cobrar de nossos líderes e sermos responsáveis em saber que diabos eles estão falando."

Esse foi o discurso do presidente norte americano Barack Obama, proferido na Universidade Rutgers (Nova Jersey), na graduação dos formandos em 15 de maio de 2016.

Atual, o discurso convida-nos a pensar sobre nossa condição, o que queremos para nossas vidas e nossos filhos, e como atuaremos para que aquilo que desejamos se torne realidade. 



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