SÃO JOSÉ DO RIO PARDO E REGIÃO – ANO 36



A peste que não passa

23/01/2021

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Estamos na era da modernidade líquida. Dos cliques de celular, dos e-mails e das soluções imediatas.

A peste que veio da China, a chamada pandemia de Covid-19, causada pelo Coronavírus Sars-Cov-2 (também apelidado de Covid-19) agora evolui com variantes de si mesmo, mais virulentos e impactantes para a sociedade.

As variações Inglesa, Sul Africana e a brasileira Amazonense tem potencial de agravar a pandemia de forma exponencial.

Some-se a isso que, se inicialmente tomamos cautelas – as vezes em excesso como o Governador de São Paulo que fechou abruptamente o Estado – deixamos de fazê-lo. A cidade de Mococa viu festas em ranchos serem não só noticiadas como com fotos em redes sociais. Coisa chique. A pandemia, pareceu, seria coisa de gente pobre. As eleições, em toda a região, trouxeram o contato. Candidatos como Paulão da Rádio em São José do Rio Pardo e outros fizeram campanha sem respeitar as regras sanitárias.

Como se vê na capa desta edição, em Mococa o prefeito eleito e o vice (sem máscara) foram para a praça com os cabos eleitorais (maioria sem máscara) comemorar a vitória. Detalhe: durante a campanha o então candidato, hoje prefeito eleito, anunciou ter sido contaminado por Covid-19. Ficou até internado. Mesmo assim, a comemoração foi a que se viu.

Se os próprios políticos e candidatos mostraram esse desprezo pelas regras da pandemia, não poderia haver outra consequência: todos baixaram a guarda. Alguém viu um único político ser efetivamente punido por desrespeitar as regras da pandemia? Ministério Público trouxe algum caso? Nem um. Assim, a ideia de impunidade foi ganhando terreno.

Chegamos as festas de final de ano e a coisa seguiu solta. Festas foram realizadas, novamente a partir da elite mas, nesse caso, em todos estamentos econômicos e sociais. Basta uma corrida de olhos por redes sociais. Fotos de comemorações estão, até hoje, disponíveis para quem quiser, em centenas – se não milhares – de perfis.

A natureza não aceita desaforo. O Sars-Cov-2 aproveitou a nosso erro e seguiu firme. O que se vê é o que se vê. A ideia de vacina, ainda que polêmica, é uma aposta positiva. Mas mesmo os entusiastas sabem que mesmo com uma vacina eficaz, e com mais de 70% da população imunizada, ainda serão necessárias medidas de enfrentamento, como uso de máscaras, distanciamento, álcool gel e imunizantes e outras tais.

A falta de respeito no enfrentamento da peste também decorre da mentalidade fluida, de tentar ver tudo como resolvido rapidamente. E a natureza, implacável, tem seu próprio ritmo.

Vírus são forças da natureza. Como vulcões e tsunamis. A mãe natureza pode ser uma impiedosa assassina. Estamos lidando com uma ameaça real com potencial de dizimar nossa espécie. E estamos perdendo porque não conseguimos respeitar as regras que os homens mais preparados pela ciência para nos ajudar estão elaborando.

Essa peste não passou, e não passará impunemente pela imunidade. Trará mudanças profundas que, talvez, só sejam assimiladas por poucos sobreviventes ao final.
 



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