SÃO JOSÉ DO RIO PARDO E REGIÃO – ANO 36



Coisas de adultos

23/01/2021

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Já vem das sagradas escrituras da Cristandade que meninos agem como meninos. Mas, quando crescem, tornam-se homens adultos e deixam para trás as coisas de meninos. Palavras de S. Paulo em epístola aos Coríntios (1 Coríntios 13:11).


Uma discussão absurda na Câmara Municipal de São José do Rio Pardo só conseguiu ser superada em falta de maturidade se considerar a resposta dada pelo protagonista.


Henrique Gonçalves Torres (PSDB), filho de Silvio Torres (candidato derrotado na última eleição, também PSDB) elegeu-se (com 300 votos, por média no cálculo de quociente eleitoral) vereador fez uma “indicação” solicitando fiscalização e incluiu uma absolutamente inapropriada menção à prática religiosa na Cachoeira dos Nasser. Até aí, há matéria nesta edição que mostra o que houve.


A forma como o vereador reagiu, contudo, mostrou um notável despreparo para atuação na seara pública, que chega a chocar pessoas adultas que acompanham com atenção o cenário político.


Deixando os trilhos de uma saudável discussão adulta, e entre adultos, o neófito edil reduziu a discussão como se briga de colegiais, no intervalo da aula, fosse. Argumentos como “Tá precisando de atenção? Tá muito solitária sua vida?”, lançados contra o editor de um jornal que traz uma notícia, usadas pelo vereador pego em ato de discriminação religiosa tornou a situação mais chocante.


O despreparo do edil chama a atenção de uma forma que não há como passar despercebido.


Sempre lembrando que o próprio sempre se apresenta como hipnólogo, mastermind, com cursos de formação em marketing no Exterior, gerente de duas rádios e um jornal de sua família, os Torres, o ato de preconceito religioso – por si só – já seria um escândalo em nossos dias.


Bastaria ao vereador, percebendo o erro notável que cometeu, desculpar-se com os eventualmente ofendidos com sua conduta. Mudar a própria conduta e mostrar que está tentando melhorar, como pessoa.


Mas não. Passou a atacar o editor do jornal que trouxe a notícia, reportagem, como se fosse um menino contrariado em um gosto qualquer. Não só as expressões chulas usadas pelo filho do ex-deputado, também chamou a atenção o conteúdo infantilizado de sua linha argumentativa.


Uma linha argumentativa que não condiz com o notável currículo que ele próprio alardeia aos quatro ventos.


Câmara Municipal não é para crianças, para meninos. É coisa de adulto e deve ser tratada como tal.


Os assuntos devem ser enfrentados e suplantados, tendo-se sempre em vista o respeito por todos e o interesse público como mola-mestra subjacente a mover, a todo tempo, a estrutura.


Esquecendo-se que não está em uma roda de meninos no recreio de uma escola ginasial qualquer, sequer em um grupo de aplicativos de mensagens, mas na Câmara Municipal, o vereador presta um notável desserviço público ao adotar essa conduta infantilizada, de menino que dá birra porque não ganhou elogio por façanha qualquer. É hora de deixar para trás as coisas de menino.


Administrar e legislar para uma cidade é coisa de adultos, de gente grande. E talvez a própria Câmara Municipal tenha de tomar alguma medida, antes que o vereador consiga apequenar a outros além de si mesmo, como fez ao obter apoio para esta abominável indicação que apresentou.


Em tempos de campanha o vereador Henrique Torres, em grupos de WhatsApp em que participava com discussões não menos pueris, se apresentava como “Mestre dos Magos”, dizendo que era para seus cabos eleitorais deixarem adversários sem resposta.


Talvez seja essa a intenção do vereador, como o conhecido personagem de desenho infantil, que parece ser seu exemplo, ele sempre aparece com alguma ideia mirabolante. Quando questionado sobre como se implementar o palavrório que trouxe, some.


Sumir da Câmara Municipal agora talvez fosse uma ótima forma do vereador imitar seu “Mestre dos Magos”.

 



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