CONCLUSÃO
A Porquinha Porcina está dando a seguinte entrevista para a jornalista Mirella Micaretta, do Jornal MAIALETTO .
MM - Porcina, conte aqui pra nós. Que insulto te deixa irritada?
PP – Não gosto quando os italianos falam “porca miseria!”, “porco Dio!”, “porco cane!” ou “porca la pipa!”. Falam essas blasfêmias com um ar de deboche! Não gosto também quando chamam o meu time preferido, o verdão, de “porco”. Chamar de porco tudo bem, mas o problema é que os nossos adversários falam isso com tanto ar de deboche, com tanto desprezo. Aí fico irritada. Uma palavra que não gosto é a palavra “sujo”, em italiano é “sporco”. Está errado isso. Não sei porque nós acabamos virando sinônimo de sujeira. Vocês, humanos, são muito injustos. Vocês estão totalmente equivocados a nosso respeito.
MM – Porcina, voltando ao assunto cinema, que outros filmes você aprecia?
PP – Eu gostava de um desenho animado. Não apresentam mais. É o PORK PIG. Ele era um porquinho super legal, da hora, maneiro! Mas, infelizmente, a dublagem não era boa, diria que foi mal e porcamente vertido para o português. Ah! Outra coisa que eu esqueci de falar. Eu acho a PEPPA PIG muito porquinha! Não me lembro mais se falei isso.
MM - Porcina, que música você gosta?
PP - Bem, eu acho que as músicas de vocês, do bicho-homem, deveriam falar mais de nós os porcos. É uma injustiça. Deveriam falar de como somos limpinhos, para acabar com a falsa http://jornaldemocrata.com.br/imagem que vocês têm de nós, falsa http://jornaldemocrata.com.br/imagem que vocês criaram e divulgaram. Mas, infelizmente, isso não acontece. Ah! Não gosto de uma canção onde falam assim: “... de tão gorda a porca já não anda”. Conheço muita porca gorda apostando corrida e vencendo até. Isso é preconceito! Também não gosto quando o bicho homem fala “fulano tem espírito de porco”, como você falou aquela hora.
MM - Desculpe. Nunca mais falarei isso. Prometo.
PP – Todos falam esse “espírito de porco” com um ar tão debochado! Isso me irrita muito. Quem será que inventou isso?! Ah! Não gosto também da música “Feijoada Completa”, interpretada pelo João Bosco. Quem escreveu essa canção jamais vai virar vegetariano. Quem será que escreveu?
MM – Não sei não. Porcina, você acabou falando das músicas que você não gosta. Mas, quais você aprecia realmente?
PP – Ah! Gosto de todas as trilhas sonoras daqueles filmes que citei: PORK PIG, PEPPA PIG, OS TRÊS PORQUINHOS, A REVOLUÇÃO DOS BICHOS, ULISSES e BABE. Gosto mais de música instrumental.
MM – Porcina, boa sorte na campanha. Obrigada pela entrevista. Qual a sua mensagem final para os meus leitores?
PP – Eu que agradeço. Sabe, Mirella, tenho vontade de chorar quando me lembro de uma propaganda que passavam antigamente. Um leitãozinho perguntava assim pro outro leitãozinho: “O que você vai ser quando crescer?” O outro respondia: “Salsicha!”. O pior é que falava isso todo alegrinho, sem pestanejar. Isso me deixava muito nervosa. Que resposta porca, né?! Isso é triste! Esperamos um futuro mais brilhante para os nossos filhinhos do que virar salsicha. Mas, esqueçamos isso. Já passou. Então, vamos à mensagem final: Que bom se todo mundo virasse vegetariano! É o meu grande sonho. No futuro isso vai acontecer. Brasileiros e brasileiras, deixem os banheiros públicos, as cidades, o país, enfim, tudo, tudo bem limpinho sempre. O mundo vai agradecer. Nada de porcança. Jesus não aprova porcança.
Ah! Esqueci de falar. Outra expressão que detesto: “é o porco falando do toucinho”. Quem será que inventou isso? É uma expressão enigmática e sem lógica. Não consigo entender isso. Me parece até muito reducionista. O que será que querem dizer com isso? Se alguém puder me explicar.
Felicidades, boa sorte na profissão, jornalista Mirella Micaretta. Tudo de bom. Muitíssima obrigada pela oportunidade. Um forte abraço a todos. Mirella, esqueci de te contar uma coisa, pouca gente sabe, sou devota de Santo Antão do Deserto, que foi um monge cristão egípcio. Ele, tal qual Francisco de Assis, é padroeiro dos animais e costuma ser retratado com um porquinho aos pés. Em Madri tem um mercado com o nome desse santo, mas infelizmente, veja só! O cardápio inclui variações de carne suína, tinha um político que não dizia carne suína, mas carne porquina. Um mercado com o nome de Santo Antão e vendendo feijoada! É muita incoerência, não?!
Ah! Uma última mensagem para o político bicho-homem. Seja ficha limpa sempre, nunca seja adepto de políticas porcas.