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De fake news à  desigualdade, o que leva brasileiros a não voltarem para tomar a segunda dose da vacina

20/04/2021

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Ao menos 6% dos brasileiros que tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19 não receberam a segunda e, portanto, não podem ser considerados imunizados contra o coronavírus. Falta de doses nos postos de saúde, falhas na própria estratégia brasileira e até fake news sobre os imunizantes são algumas das causas apontadas por especialistas para o abandono vacinal no país ―um problema que já vinha causando preocupação em outras campanhas nos últimos anos e aumentou na pandemia. Isso porque a proteção coletiva contra o coronavírus exige que uma parcela maior da população complete o esquema de duas doses de vacina para que as taxas de eficácia menores dos imunizantes disponíveis possam proteger a população como um todo. “A vacinação é uma estratégia coletiva. Sem as duas doses, muitas pessoas não ficam imunizadas e acabamos colocando a estratégia em risco”, explica a epidemiologista Ethel Maciel. Outro problema que permeia a imunização brasileira é a desigualdade. Em São Paulo, por exemplo, idosos de bairros mais pobres têm sido proporcionalmente menos vacinados que os que vivem nos bairros com maior poder aquisitivo.


Os motivos do abandono vacinal no país vão além do esquecimento ou da resistência da população. Há cidades em que usuários até estão retornando para receber o reforço, mas não conseguem porque não há vacina nos postos. Foi o que aconteceu nesta semana em Natal. Como as doses da Coronavac acabaram na última segunda-feira (12), quem precisava receber a segunda dose não conseguiu concluir o esquema vacinal na data prevista, mesmo peregrinando por várias unidades de saúde. Uma nova remessa só chegou quatro dias depois, na sexta. Diante de várias tentativas sem sucesso, muitos acabam desistindo. “Os municípios precisam ir atrás dessas pessoas”, aponta Maciel. Ao menos 1.426 cidades brasileiras não têm reservado vacinas para garantir a segunda dose ―quase a metade de um total de 2.938 que responderam à pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios. Se continuarem assim, elas correm o risco de não ter vacinas para complementar o esquema vacinal em parte da sua população, já que o país segue sem um cronograma de entregas estável. Em março, o Ministério da Saúde chegou a orientar que as cidades usassem todos os estoques para vacinar mais pessoas com a primeira dose, mas voltou atrás neste mês após não conseguir cumprir as entregas que esperava.


As cifras de quem não volta para tomar a segunda dose também incluem pessoas que adoeceram de covid-19 após a primeira dose e, por orientação do próprio Ministério da Saúde, precisam esperar um prazo maior, de 30 dias após os sintomas, para completar a vacinação. Pesquisas mostram que uma dose da vacina já dá alguma resposta imunológica, mas não protege a pessoa de contrair o vírus. “Como a transmissão está muito acelerada, muita gente está adoecendo”, explica Maciel. É o caso, por exemplo, da enfermeira Patrícia Carvalho de Oliveira, de 33 anos. Ela conta que tomou a primeira dose da Coronavac em Águas Lindas, em Goiás, no dia 25 de fevereiro. Mas, dois dias antes de receber o reforço, testou positivo para o coronavírus. “Por conta disso não pude tomar a segunda dose. A médica me pediu que esperasse 30 dias depois do teste positivo, então só vou conseguir tomar nesta semana. Imagino que não vou ter problemas para conseguir”, conta.


Um levantamento do Ministério da Saúde divulgado na semana passada apontou que 1,51 milhão de pessoas que tomaram a primeira dose não retornaram para a administração do reforço. “Quem atrasou e não conseguiu ir com 28 dias [da segunda dose da Coronavac] ou 84 dias da AstraZeneca deve comparecer [aos locais de vacinação]”, orienta a coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações), Francieli Fontana. O abandono vacinal tem preocupado a pasta, que diz estudar com secretários municipais e estaduais da saúde novas estratégias para identificar quem não voltou para tomar a segunda dose e orientá-las a completar a imunização. Na chamada busca ativa ―realizada.

 

Fonte: El País.  / Foto: © Andre Coelho (EFE) Enfermeira se prepara para aplicar a vacina contra a covid-19 no Rio de Janeiro.



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