Mococa pode ser origem de nova variante do coronavírus que causa a Covid-19
25/05/2021
O patógeno tem a mutação L452R na proteína S, encontrada também na variante originária da Índia e, por isso, preocupa os pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), que a descobriram.
Essa mutação está relacionada ao escape de anticorpos neutralizantes, e está presente também em duas variantes da Califórnia. Elas e a indiana são consideradas de preocupação pelo Comitê de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
A P.4 circula na região de Porto Ferreira, bem próximo à divisa de São Paulo com Minas Gerais. Na localidade, a presença dela tem crescido, em número de casos e proporcionalmente. Por isto, a Rede Corona-ômica, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), informou no dia quatro de maio a descoberta de uma “possível nova linhagem”.
O pesquisador da Unesp de Botucatu e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, João Pessoa Araújo Júnior, anunciou nesta terça-feira (25) a identificação de uma nova variante do novo coronavírus, a P.4.
Ainda não é possível saber se a variante é mais contagiosa ou perigosa do que o vírus "comum".
Nova variante
No início deste mês, a mutação L452R na proteína S, que também está presente na variante indiana do novo coronavírus, foi identificada em amostras de Descalvado e Porto Ferreira. Contudo, ainda não era possível afirmar se tratava-se de uma nova variante ou uma já existente.
Segundo o pesquisador, as análises da universidade foram submetidas ao Global Initiative on Sharing All Influenza Data (GISAID), iniciativa internacional de acesso aberto a informações sobre genomas de vírus influenza e coronavírus. O grupo então fez a designação do nome P.4.
"Essa nova variante é parente da P.1, porque ela tem a mesma origem, a origem é a B.1.1.28, que é uma linhagem que deu origem a P.1, a P.2, que foi identificada no Rio de Janeiro, a P.3, que foi identificada nas Filipinas. E agora foi identificada a P.4, que tem origem ainda desconhecida, mas ela foi primeiramente reconhecida no leste de São Paulo, vimos uma alta frequência dela na cidade de Porto Ferreira, onde nós concentramos o nosso estudo", afirmou o pesquisador.
Variante em ascensão
Ainda de acordo com Araújo Júnior, o reconhecimento da nova variante é importante, pois mostra que ela está em ascensão. Ainda não há informações sobre o comportamento da variante.
"Ela está num ambiente onde a P.1 predomina, onde a variante britânica predomina também, mas ela está subindo com uma frequência que nos preocupa muito. Então, isso foi reconhecido pelo GISAID e agora, com esse nome, a gente vai ter condição de acompanhar melhor qual vai ser a disseminação dele e a gente quase que implora para os órgãos competentes de saúde para olhar com mais cuidado para essa região, pra gente minimizar a transmissão dessa variante P.4. pra outras regiões, como aconteceu com a variante P.1", destacou o pesquisador.
Prefeitura de Mococa não se manifestou
Questionado via WhatsApp, se a prefeitura adotaria alguma providência, e como a prefeitura pode seguir no enfrentamento ao Covid-19 sem um plano de trabalho que deveria constar do Plano de Metas, até agora inexistente, o prefeito Eduardo Ribeiro Barison até o fechamento desta matéria não se manifestou.
Fonte: G1. Imagem: JN.
(Correção: O G1 errou ao informar que a variante P.4 foi identificada primeiro em Mococa. A informação passada pelo pesquisador da Unesp foi corrigida mais tarde pelo próprio. Na verdade, a nova variante foi encontrada em Itirapina dois dias antes de ser registrada em Mococa. A informação foi corrigida no site do DEMOCRATA após checagem com o pesquisador às 21h24 de 26/5/2021).
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