Crise na Santa Casa pode prejudicar a saúde pública em Tapiratiba
03/02/2022
De um lado, o ex-prefeito por dois mandatos, Luiz Antônio Peres, o Tiliza. De outro o administrador da Santa Casa, João Luiz Ferreira, o Colin.
No meio uma disputa pela administração e provedoria da Santa Casa de Tapiratiba, o Hospital São Lucas.
Como se vê na matéria abaixo na página, à direita, a Santa Casa não divulga na internet as informações que a lei a obriga. O que torna particularmente difícil saber exatamente os valores que recebe e os gastos que executa.
Além da falta de transparência temos no enredo uma ata referente a uma eleição realizada em dezembro de 2021, com vícios que lhe impedem o registro, e a luta por nova eleição na entidade, a fim de a lei - especialmente o código civil, quando a obrigações da entidade perante o cartório de registro - sejam cumpridas.
O enredo envolve a administração de Colin á frente da Santa Casa, acusado por Tiliza de realizar a eleição fora do tempo da lei e antes de receber novos associados - irmãos no jargão local.
A entidade é uma associação civil sem fins lucrativos e, nesse sentido, é composta por seus associados, ao que o estatuto empresta o nome de “irmãos”. A irmandade, ou seja, o colegiado de associados, tem o poder de decidir qualquer assunto em Assembléia Geral Extraordinária, na forma da lei civil.
Colin vinha, há anos, com um número menor de associados, de irmãos. A partir de janeiro deste ano em volta de mais ou menos 10 novos irmãos - Tiliza entre eles - foram aceitos pela entidade.
Tiliza conversou brevemente com o DEMOCRATA e mencionou que entende inapropriado que o administrador atue como provedor e que receba por seus serviços, especialmente com a Santa Casa estando endividada - fala-se em passivo de em torno de R$ 9 milhões, o que pela falta de transparência não tem como ser apurado rapidamente.
Segundo Tiliza, a eleição deveria ser na segunda quinzena do mês de Novembro, e Colin não a realizou, somente o fazendo em dezembro. Segundo Tiliza, os atos do administrador podem ser contestados na justiça.
Tiliza disse que “é caso de a Santa Casa ter um provedor com coragem e disposição para negociar” a dívida e acertar as contas e a documentação da entidade.
Segundo Tiliza, parte dos membros da diretoria eleita no final do ano renunciou e uma nova eleição necessária, repetindo que a ata da eleição realizada sequer pôde ser registrada no cartório respectivo.
Tiliza ainda argumenta que o Estatuto da entidade sofreu algumas alterações que não favoreceram a Santa Casa, e que precisam ser revistas.
A reportagem tentou contato com o atual administrador, Colin, que chegou a atender a ligação.
Segundo Colin, ele estava exatamente no advogado quando a reportagem ligou. Recebeu por WhatsApp algumas perguntas mas, até o fechamento desta edição, não as havia respondido. Colin preferiu, neste momento, não se manifestar.
A Santa Casa é a gestora da urgência e emergência, Caps, Residência Terapêutica, Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) e enfrentamento a Covid-19. Sem a Santa Casa, neste momento a saúde pública da cidade pode colapsar.
Pessoas ouvidas pelo DEMOCRATA entenderam que é iminente a intervenção do Ministério Público e dão como certo que a discussão vai parar na Justiça, com possível intervenção pela Prefeitura sendo cogitada por algumas autoridades locais.
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