2º Domingo do Advento - Texto de Dom Orani, Cardeal Tempesta

Celebramos neste Domingo, o segundo do tempo do Advento, acenderemos a segunda vela da nossa coroa do Advento, significando que o Senhor está perto de nós e pouco a pouco a luz vai superando as trevas. Deixemos um espaço em nosso coração, em nossa casa, para que o Senhor possa nascer e fazer morada. A cada Domingo do Advento quando acendermos uma vela da coroa do Advento podemos repetir esse cântico: “Ó Luz do Senhor que vem sobre a terra, inunda o meu ser permanece em nós”. Recebamos a luz do Senhor e transmitamos essa luz a quem nós encontrarmos.

O tempo do Advento passa rápido, e para bem celebrá-lo é necessário participar das missas, sobretudo as dominicais e rezar a novena de Natal, ou em grupo, ou de forma individual, fazer uma boa confissão. É preciso mergulhar na espiritualidade do tempo do Advento, como nos disse Jesus no Evangelho da semana passada, é necessário estar em constante “Oração e vigilância”.

A liturgia dos dois primeiros Domingos do Advento foca na segunda vinda Cristo. Enquanto nos dois últimos Domingos o foco é na primeira vinda de Cristo. Preparemo-nos intensamente para celebrar esses dois momentos, pois o Senhor já nasceu uma vez e temos que estar preparados para dia de nosso encontro com Ele, e ainda nos preparar para recebê-lo em nossa casa e em nosso coração.

A liturgia desse Domingo, sobretudo o Evangelho fala sobre a chegada do Messias, que virá para instaurar o Reino de Deus e ensinar a todos o caminho da justiça, da paz, do amor e da misericórdia. João Batista, do mesmo modo que todos os outros profetas foram enviados por Deus para anunciar o Reino de Deus, e hoje cada um de nós somos esses enviados de Deus para anunciar a chegada do Messias.

Preparemo-nos ainda para bem celebrarmos o Natal de Nosso Senhor através da Confissão Sacramental, a Igreja recomenda que ao menos uma vez ao ano nos confessemos em vista da Páscoa do Senhor, mas é claro que podemos nos confessar sempre que sentirmos necessidade e ainda mais no final do ano em vista do Natal do Senhor.

A primeira leitura da missa deste Domingo é do livro do profeta Isaías (Is 40,1-5.9-11), esse trecho do livro do profeta Isaías retrata quando o povo regressa do exílio da Babilônia, abatido e desanimado, por terem se desviado dos caminhos do Senhor. O Senhor olha com misericórdia para esse povo e os resgata do exílio e por meio do profeta diz ao povo que dias de paz virão, e que em breve será enviado o Messias que virá para selar eternamente a aliança entre Deus e a humanidade. Através da chegada do Messias o povo viverá em paz e em harmonia e o Messias mostrará o rosto misericordioso de Deus e instaurará definitivamente o Reino de Deus. Do mesmo modo que o povo de Israel, estejamos preparados para a chegada do Messias.

O salmo responsorial é o 84(85), que diz em seu refrão: “Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei”, o Senhor nos mostra a sua bondade todas as vezes que nos aproximamos do Sacramento da reconciliação e nos concede a salvação todas as vezes que nos arrependemos de coração sincero dos nossos pecados. A intenção última de Deus é sempre nos salvar e estamos no tempo propício para isso, buscar a salvação de Deus.

A segunda leitura é da segunda carta de São Pedro (2Pd 3,8-14), Pedro faz um alerta para todos nós, temos que estar preparados para o dia do encontro com o Senhor, de tal modo que não sabemos qual será o dia ou a hora, devemos nos preparar através da oração diária e da vigilância. Pedro nos apresenta que a vinda do Senhor será de forma apocalíptica, ou seja, será o nosso encontro definitivo com Ele. Através dessa segunda vinda o Senhor irá instaurar um novo céu e uma nova terra onde habitará a justiça. Procuremos nos esforçar para esse encontro com o Senhor, que Ele nos encontre em paz e possamos ser merecedores da Salvação eterna.

O Evangelho é o início de Marcos (Mc 1,1-8), Ele apresenta a figura de João Batista que foi o precursor, ou seja, aquele que preparou o caminho para a chegada do Messias. Marcos cita o livro do profeta Isaías, onde o Senhor diz que enviará o mensageiro à sua frente para preparar o caminho.
João é aquele que grita no deserto, sai das montanhas e convida a todos que se arrependam de seus pecados e se preparem para a chegada do Reino de Deus. João batizava com água em vista da conversão e mudança de vida das pessoas, depois viria Jesus que batizaria não somente com água, mas com a água e o Espírito Santo.

João Batista era um homem simples do campo, vivia no deserto, pois o deserto é lugar do encontro com o Senhor, por isso, que a partir do deserto ele anuncia para as pessoas a salvação que virá. Ele foi escolhido desde o ventre materno para ser o profeta, e era cheio do Espírito Santo.
Somos convidados nos dias de hoje a ser como João Batista, a voz que grita no deserto, e nos reunirmos em nossa casa, no bairro, na comunidade e anunciar que o Senhor está perto. Podemos fazer isso rezando a nossa Novena de Natal, desse modo entraremos no espírito natalino. Sejamos profetas nos dias de hoje, o mundo está sedento pessoas dispostas a anunciar o Reino de Deus. Continuemos em constante oração e vigilância. Amém.

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist. Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ 

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