SÃO JOSÉ DO RIO PARDO E REGIÃO – ANO 36 |
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Sugestão de leitura do DEMOCRATA: Fuga dos Nazistas da Justiça14/12/2023
O livro escrito por Richard Dargie e Julian Flanders tem 256 páginas e, a partir de um criterioso trabalho de pesquisa histórica procura explicar como os seguidores de Hitler tentaram desaparecer sem deixar rastros. O livro apresenta algumas soluções encontradas pelos Nazistas, como o chamado “caminho dos ratos” que contou com apoio até do Vaticano e permitiu a vários Nazistas, como Josheph Mengele, vir parar no Brasil e levar uma vida pacata. A grande verdade é que há os que se dispuseram a ajudar por dinheiro, mas a maioria o fez por ideologia. O auxílio recebido por Nazistas veio de pessoas que pensavam de forma próxima ao que eles pensaram e fizeram, e isso não deveria causar estranheza. Veja-se que em pleno século XXI em Mococa promotor de Justiça se entregou a causar esterilização de mulheres em situação de fragilidade social usando as estruturas e o dinheiro públicos, com sucesso até que o Tribunal de Justiça encerrou a prática. Ainda que longe geograficamente e no tempo, dos anos da Alemanha Nazista da segunda guerra, o mecanismo que permitiu a impunidade criminal e civil do promotor - e de outras autoridades e agentes públicos que auxiliaram, participaram ou mesmo os que souberam e não agiram como deveriam - é o mesmo que ajudou outros que pensaram como eles naqueles anos sombrios: os que acreditam na eugenia. O livro analisa vários aspectos, como a desintegração do comando Nazista no final da guerra, os Julgamentos dos crimes de guerra e até os médicos Nazistas, como Mengele que fugiram e os que foram aproveitados pelos estados vencedores da guerra - apesar do que haviam feito - por conta do conhecimento adquirido. Os estados que venceram a guerra precisavam da mão de obra qualificada dos Nazistas. A chamada “operação paper clip” levou vários cientistas Nazistas para os Estados Unidos, sendo o mais famoso o caso de Wernher Magnus Maximilian von Braun, que desenvolveu os foguetes V2 com que os Nazistas castigaram a Inglaterra e, depois, foi o pai do projeto espacial norte americano, ajudando a chegada do homem à lua. Com os médicos não foi muito diferente. Experimentos terríveis com pessoas sendo congeladas vivas, costuradas umas às outras, e com infecções causadas em feridas para análise de tratamentos medicamentoso acabaram ajudando os médicos monstros nazistas a compreender muito da fisiologia humana. E esse conhecimento, entenderam alguns, não poderia ser perdido - apesar da forma bizarra como foi adquirido. Essa também foi um fator que permitiu a muitos médicos nazistas seguir como figuras respeitáveis em novas vidas que assumiram depois da guerra. A necessidade de seguir adiante aliada a vergonha da derrota sofrida também fez a Alemanha, então dividida, passar a tentar esquecer seus monstros que, assim, puderam ir escapando pelas sombras. Muitos segredos de guerra estavam em poder de alguns nazistas, e naqueles anos sombrios - antes da guerra fria - isso poderia representar a vida e a morte de uma Nação. O livro não esgota o assunto, mas o apresenta de forma didática e clara para quem não tem conhecimento profundo daqueles períodos da história, mas quer conhecer. A melhor parte é que é vendido pela internet pelo preço de R$ 18,90 no site da Editora Pé na Letra. publicado na edição 1799 de 9 de dezembro de 2023, pág. 12 Comentários |
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