SÃO JOSÉ DO RIO PARDO E REGIÃO – ANO 36



Reunião do Comitê Municipal de enfrentamento ao Covid-19 enfrenta polêmica em São José do Rio Pardo

09/03/2021

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A última reunião do Comitê Covid em São José do Rio Pardo aconteceu na noite da quinta-feira, 4, e enfrentou questões polêmicas. A reportagem, difrente do que aconteceu no ano anterior, pôde participar da reunião.

Primeiro, o empresariado (representado pelo presidente da ACI, Paulo Olivieri, e do SINCOPAR, Izonel Tosini), defendiam a abertura do chamado pequeno comércio varejista de rua, que segundo eles cumpre as regras sanitárias de enfrentamento á pandemia e não são causas do aumento do número de casos. Como contra parte, são responsáveis por quase 6.000 empregos e representam, hoje, 2.500 CNPJs na cidade.

Vários presentes argumentaram que a abertura do comércio não só vem de encontro ao interesse público local como é garantia de subistência a milhares de rio-pardenses.

O prefeito, Marcio Callegari Zanetti, o Secretário de Saúde, Dr. Paulo Eduardo Gonçalves Boldrin e a responsável pela Vigilância Epidemiológica, Gisele Flausino, falaram aos presentes expondo a lotação dos equipamentos públicos de saúde (UTI e ENFERMARIA COVID) e a necessidade de equalizar-se, de balancear um eficaz enfrentamento ao Covid-19 com a continuidade da vida econômica no município.

Após o início da reunião, chegaram representantes de escolas particulares, que contrataram um advogado para expor sua causa perante o Comitê. O advogado falou sobre decisões dos Tribunais e terminou expondo ao prefeito que ele responderia a inquérito civil e ação civil pública podendo sofrer perda dos direitos políticos em caso de não permitir o retorno às aulas, como determinava então o Decreto do governo do Estado.

A posição do advogado foi compreendida pelo o prefeito, que esclareceu que não cederia a pressões como esta e que, se tivesse que ser processado por defender o que entende ser o melhor para a cidade, o faria de consciência tranquila.

Após a fala do advogado, algumas representantes das escolas particulares apresentaram seus pedidos, ora falando sobre a necessidade de aulas de crianças, ora falando sobre a questão econômica, ora falando sobre questão de isonomia com o comércio… ...ao término da reunião o prefeito foi firme e disse que segundo entendimento de técnicos que ele ouviu, as aulas presenciais seriam um potencial foco de contágio, diferente da atividade comercial do pequeno comércio varejista de rua.

De fato, repórter do DEMOCRATA acompanhou a educação pública municipal e presenciou que todos os protocolos de retorno às aulas, presenciais, foram exaustivamente adotados e que a rede pública municipal estaria apta a receber os 35% de lotação de cada sala. Nada indica que seria diferente na rede privada, que comumente costuma dispor de melhores recursos financeiros e mais agilidade para tomada de decisões, inclusive.

A questão acabou com a decisão judicial proferida hoje (pode ser lida AQUI) em que as aulas presenciais na rede pública e privada estão suspensas.

A situação, catastrófica para muitos, é muito delicada. Em nós há a vontade de seguir com nossas vidas privadas, de seguir com as aulas presenciais para as crianças e jovens e de seguir com os negócios. A ausência de informações, ou por vezes informações desencontradas ou mesmo contraditórias, deixam um peso muito grande nas costas dos que devem tomar decisões. É muito difícil, para quem não entende da questão epidemiológica, por vezes se posicionar.

As escolas particulares fazem parte da economia do município e, sem dúvida, devem gozar de atenção e cuidado. Muitos empregos são ali gerados, ainda que em número bem inferior – por exemplo – ao comércio varejista de rua. Entre alguns presentes, ouvidos por DEMOCRATA, ficou a impressão que um discurso de convergência talvez fosse até mais eficaz por parte das escolas do que o enfrentamento direto proposto inicialmente pelo advogado, inclusive com menção a processos contra o prefeito caso as aulas nas escolas particulares não fossem retomadas. Contudo, repisa-se que a situação é grave e todos, sem exceção, tem o direito, democrático, de expor suas posições.

No sábado, de fato, o prefeito publicou o decreto 6.500/2021, em que permitiu a abertura do comércio varejista de rua, com limitações, impôs limitação à lotação do transporte coletivo entre outras providências. Matéria completa pode ser lida AQUI.

Uma coisa a reportagem do DEMOCRATA notou: os representantes das escolas particulares que chegaram com advogado sentaram-se uns ao lado dos outros, sendo os únicos que não respeitaram o distanciamento de uma cadeira vaga entre si que todos ali estavam respeitando. 

 

Fotos: reportagem de DEMOCRATA



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