Último bairro de São José do Rio Pardo sem pavimentação ou infraestrutura
25/12/2024
Sentindo-se abandonados pela prefeitura, moradores do Chácaras Bela Vista pedem solução
Imagine, em pleno século XXI, morar em um bairro considerado de zona urbana, pagar um IPTU de mais de R$ 1.200 e não ter ruas asfaltadas, coleta de esgoto ou serviço de abastecimento de água por rede pública.
Sem guias, sarjetas ou bocas de lobo, as ruas não recebem manutenção adequada da prefeitura. Acrescente que o bairro fica a cerca de 6 quilômetros do núcleo urbano, e a estrada de terra, sem manutenção periódica, está cheia de buracos, causando prejuízos aos moradores com defeitos na suspensão dos veículos.
Essa é a realidade enfrentada pelos moradores do bairro Alto da Bela Vista, em São José do Rio Pardo. Conversamos com dois moradores, que preferiram não se identificar, mas relataram os problemas enfrentados pela falta de pavimentação no bairro e na estrada que leva até ele.
DEMOCRATA: Há quanto tempo mora no bairro?
R1: Há 2 anos.
R2: Há 8 anos.
DEMOCRATA: Quais são as principais dificuldades encontradas?
R1: A falta de manutenção frequente na estrada é a maior dificuldade. Quando chove, há medo de ficar ilhada, pois a manutenção realizada é ineficaz, sem aplicação de cascalho, e a estrada fica cheia de buracos. Isso gera altos custos com manutenção do veículo.
R2: A estrada é um problema constante, especialmente no período de chuvas, quando fica quase impossível transitar. Isso provoca danos nos veículos, como desgaste em amortecedores, buchas, pneus e frequentes alinhamentos e balanceamentos.
DEMOCRATA: O bairro é o último considerado urbano e sem pavimentação em São José do Rio Pardo. Por que acha que essa situação persiste?
R1: Total descaso das gestões municipais. A única ação é passar uma máquina na estrada uma vez por ano. Moradores pagam IPTU alto, mas não recebem investimentos. A justificativa para não asfaltar a estrada é preservar o local, o que não faz sentido.
R2: Falta de empenho do legislativo e executivo. Muitos moradores são permanentes e precisam de boas condições para se locomover. Acredito que a ausência de atenção seja porque não há interesse político na área.
DEMOCRATA: A ausência de rede de água e esgoto obriga os moradores a construírem poços artesianos e fossas sépticas. Qual o custo disso?
R1: O custo mensal é alto, principalmente com bombas para extrair água do poço. Se estragar, ficamos sem água.
R2: Um poço artesiano custa, no mínimo, R$ 40 mil. Já uma fossa séptica custa em média R$ 10 mil.
DEMOCRATA: A proximidade entre poços e fossas pode causar contaminação?
R1: Com certeza, é necessário um estudo sobre isso.
R2: Fazemos análise da água a cada seis meses, mas o ideal seria termos rede pública.
DEMOCRATA: Quanto pagam de IPTU?
R1: R$ 2.400 por ano.
DEMOCRATA: Existe transporte coletivo no bairro?
R1: Não há transporte. Quem não tem veículo precisa caminhar 6 quilômetros.
R2: Gasto semanalmente R$ 180 com combustível e enfrento desgaste do veículo devido à estrada ruim.
DEMOCRATA: Qual é a unidade de saúde mais próxima?
R1: O posto central PPA. Não há ambulâncias no bairro, e, quando solicitadas, demoram devido às condições da estrada.
DEMOCRATA: Houve campanhas eleitorais no bairro?
R1: Recebi apenas folhetos do Alexandre (Xandão). Não há interesse em resolver nossos problemas sem pressão política.
R2: A gestão anterior ignorou nossas demandas. Espero que os novos vereadores atuem com mais empenho.
Considerações finais dos moradores:
R2: O bairro está completamente abandonado pela prefeitura, apesar do alto valor do IPTU. A prefeitura apenas abre protocolos e nunca resolve os problemas.
A prefeitura anunciou recentemente uma verba de R$ 1 milhão para recapeamento, mas não respondeu sobre a possibilidade de investir no bairro.
A Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente alegou limitações de recursos e dificuldades de manutenção durante o período de chuvas. Ofereceu-se para acompanhar o jornal em uma visita ao local.
Aguardamos soluções efetivas para que os moradores possam viver com dignidade e infraestrutura adequada.
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