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SÃO JOSÉ DO RIO PARDO E REGIÃO – ANO 36 |
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Político, ex-candidato a vereador do grupo de Mafepi, agride editor de jornal14/03/2025
![]() O que seria apenas cobertura jornalística do primeiro dia de uma festa popular quase termina em tragédia. O editor do jornal, Marcio Chaves, estava de saída do pátio de eventos do carnaval em São José do Rio Pardo após 25 minutos de ter chegado. Foi realizar imagens para a edição do jornal. O ex-candidato a vereador, derrotado nas urnas, Lincoln Mamoni Mendes Vinagre chegou por trás com o que pareceu ser uma pedra dentro das mãos e bateu na cabeça do jornalista, que caiu sem sentidos. A vítima só soube quem foi o agressor após recobrar os sentidos. Ao ver o jornalista caído, sem sentidos, Lincoln passou a desferir fortes chutes na cabeça e pescoço do jornalista, só parando quando presentes interromperam a série de violência. Os chutes foram tão fortes que podem ter causado danos à coluna do jornalista. Lincoln foi preso e conduzido à central de flagrantes da polícia civil em Casa Branca. O jornalista, socorrido pela ambulância e equipe da prefeitura, levado ao Pronto Socorro. Antes, porém, que a vítima recobrasse totalmente os sentidos - o que só aconteceu horas depois - o delegado já havia soltado o agressor. Lincoln estava de volta às ruas antes que a vítima. Em consulta no Hospital São Paulo, da Escola Paulista de Medicina, durante a semana, o jornalista foi encaminhado à equipe de cirurgia de coluna, para avaliação do caso. Lincoln e seu grupo político passaram não só a comemorar a agressão nas redes sociais como deixaram um indicativo: a agressão pode não ter sido um caso isolado. O grupo político tem mantido alguns membros mais dedicados em grupos de WhatsApp, um deles com o sugestivo nome de “Guerra”, onde trocam mensagens que podem, ao final, ter sido o estopim da agressão. Segundo o agressor, a violência teria sido causada por matéria do jornal, em 2024, que trouxe caso de maus tratos a animais praticados por ele e comprovados na casa do então candidato, que deixava ração no chão para cães, água insuficiente, animais sem vacinação e outras questões pelas quais foi advertido pelo poder público. No boletim de ocorrência Lincoln ainda tentou atribuir ao jornalista a autoria de supostas postagens em página apócrifa e uma provocação no momento - que não existiu. Ainda que houvesse - não houve, falamos por amor ao argumento - qualquer espécie de matéria publicada pelo jornal que desagradasse o político, isso não justificaria o ato de violência. Afinal, isso pode ser só o começo. Se membros deste grupo político não concordarem com decisão de um juiz, ou um promotor, irão agredi-los também? Atos de violência tendem a crescer, e a violência de Lincoln, segundo testemunhas presentes, foi pratica da aos berros de “vou te matar, vou te matar”. Guardas Civil que levaram Lincon preso disseram que todo o tempo ele avisava que iria matar o jornalista. Nas redes sociais o feito foi comemorado por membros de seu grupo político que tentaram tratar o caso como se fosse “um murro” e briguinha de colegial. Não foi. Foi coisa muito séria. Segundo apurado até aqui, a presença do jornalista no local pode ter sido postada em um grupo de WhatsApp com incitação ao ódio, que repercutiu no agressor. Este caso decorre da falta de capacidade técnica da Polícia Civil do estado de São Paulo, em São José do Rio Pardo. Se a polícia houvesse logrado êxito em investigar e identificar autores de páginas apócrifas no período eleitoral (inclusive como já aconteceu no passado), a onda de violência poderia ter sido interrompida com a prisão dos autores. A impunidade serviu como fermento para a violência. Cômodo, agora, tentar impor autoria ao jornalista - inclusive constando que foi uma das principais vítimas de crimes contra honra exatamente por estas páginas anônimas. As postagens tentaram ainda atribuir ao jornalista a pecha de ex-advogado, pela mudança de profissão. “Melhor ex-advogado do ex-coach, ex-hipnólogo, ex-político ou algo assim”, disse o jornalista. Ao final trata-se de crime contra o direito a informar e, em última análise, contra o próprio povo - no sentido que pretendem impedir que sejam informados. O caso está sendo levado à autoridades de instâncias superiores da Polícia Judiciária e ao Ministério Público com informações que podem ajudar a identificar a origem desta onda de violência e à punição dos mentores e executores. Punição que, espera-se, seja dura e sirva de exemplo para todos os filhos da ira que pretendem tumultuar a paz e a boa e saudável convivência social. Publicado na edição 1862 de 8 de março de 2025 Comentários |
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