SÃO JOSÉ DO RIO PARDO E REGIÃO – ANO 36



A psicóloga Fernanda Ferreira escreve sobre Síndrome de Burnout

14/03/2025

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O adoecimento no trabalho e a necessidade de uma gestão eficiente

A Síndrome de Burnout, classificada no CID-10 sob o código Z73.0, refere-se ao estado de exaustão física e emocional resultante do estresse crônico no ambiente de trabalho.

Esse fenômeno tem se tornado cada vez mais comum, especialmente diante da alta rotatividade de funcionários e da sobrecarga de funções impostas pelas empresas, sejam elas de grande ou pequeno porte.

A elevada taxa de contratação e demissão de funcionários pode indicar uma deficiência na gestão organizacional.

Muitas empresas, por falta de planejamento estratégico, não selecionam adequadamente seus líderes e colaboradores, resultando em ambientes de trabalho disfuncionais.

A ausência de uma liderança capacitada pode gerar insatisfação, desmotivação e, consequentemente, um quadro de estresse ocupacional que pode evoluir para Burnout.

O Burnout se manifesta por sintomas como cansaço extremo, sensação de ineficácia, baixa realização profissional, além de sintomas físicos, como tonturas, falta de ar, tremores e até episódios de vômito ao pensar em ir ao trabalho. Isso ocorre porque o trabalhador passa a associar o ambiente laboral a um estímulo aversivo, gerando respostas fisiológicas e comportamentais negativas.


Do ponto de vista da Psicologia Comportamental, o reforçamento negativo e a falta de reforçadores positivos no ambiente de trabalho contribuem significativamente para o desenvolvimento desse transtorno.

Quando o colaborador percebe que seu esforço não é reconhecido ou que suas demandas não são levadas em consideração, ele pode desenvolver uma relação de esquiva com o trabalho, impactando diretamente seu desempenho e bem-estar.

Para mitigar esses efeitos, é fundamental que as empresas invistam em uma gestão eficiente, promovendo um ambiente de trabalho saudável e motivador.

Algumas estratégias incluem:

Seleção adequada de líderes e gestores: Capacitar gestores para que exerçam uma liderança assertiva e empática pode reduzir conflitos e aumentar a satisfação da equipe.

Distribuição equilibrada de tarefas: Evitar a sobrecarga e delegar funções de maneira justa previne o esgotamento físico e emocional dos funcionários.

Programas de reconhecimento e incentivo: Criar planos de bonificação e eventos de valorização pode aumentar o engajamento e a produtividade dos trabalhadores.

Apoio psicológico no ambiente corporativo: Disponibilizar suporte emocional, como psicólogos organizacionais, pode auxiliar na prevenção e no manejo do Burnout.

O famoso ditado “o barato sai caro” se aplica perfeitamente à gestão de pessoas: quando uma empresa busca economizar excessivamente em relação aos seus funcionários, a consequência pode ser um ambiente desmotivador, baixa produtividade e alta rotatividade. Funcionários felizes e reconhecidos tendem a produzir mais e agregar valor à empresa.
É essencial que a gestão empresarial passe a enxergar o trabalhador não apenas como um número, mas como um indivíduo que necessita de suporte, reconhecimento e condições adequadas para desempenhar suas funções.

Implementar políticas de bem-estar e incentivo pode ser o caminho para um ambiente corporativo mais saudável e produtivo.

Agradeço a todos os leitores e convido para sugerirem novos temas para discussão por meio do Instagram do Jornal Grande. Abraço a todos!

Psicóloga Fernanda Ferreira da Silva 



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