SÃO JOSÉ DO RIO PARDO E REGIÃO – ANO 36



Desafios da década

17/01/2021

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Começamos uma década cercados por desafios por todos os lados.


A Economia Global mostra sinais de fadiga, com estresses pontuais entre grupos de livre comércio, pressionados pelo crescimento da China que consegue produzir com custos baixíssimos, a partir da negativa de direitos trabalhistas e sociais que são obrigatórios nas sociedades ocidentais. Esse processo, que vem se arrastando há décadas, mudou o centro de gravidade da economia mundial para China, que produz hoje a esmagadora maioria dos produtos utilizados no planeta, inclusive insumos de medicamentos e vacinas e equipamentos de saúde. Recuperar as economias locais e parques industriais locais, com novos mecanismos e formatos, é fundamental para a década que se inicia.


Este DEMOCRATA tem defendido a instauração de polos e distritos industriais inteiramente voltados a tecnologia e startups tecnológicas e digitais nas cidades da região, identificando e implementando vocações econômicas dentro de espectros tecnológicos.


A busca pelo emprego, em tempos do novo normal, mudou. O crescimento das Dark Kitchens, as cozinhas fantasmas (estabelecimentos do food service focados no serviço de entregas) põe em risco o tipo de negócio de restaurantes e lanchonetes, tradicionais. O crescimento dos serviços de delivery e home offices muda o paradigma das relações de trabalho e de consumo, tornando necessário que líderes encontrem e apresentem novas formas de otimizar as relações comerciais a fim de permitir geração de emprego, ou a relação que venha a substituir o que chamamos, hoje, de emprego. Gerar oportunidades de trabalho para a massa produtiva da população é um desafio notável para esta década que se avizinha.


A pandemia mudou tudo, mas especialmente no que toca à saúde. Como nunca a medicina preventiva deve ser considerada. Evitar as chamadas “comorbidades” como diabetes, obesidade, asma e outras doenças autoimunes depende de mudança no modo de vida privado da maioria das pessoas. Hábitos de consumo, de alimentação, de higiene, de moradia, de trabalho e de visão de mundo estão na pauta da década.


Encontrar formas de produzir insumos e tecnologia de saúde, gerando independência, também é discussão na ordem da década. Depender dos insumos e produtos chineses é algo que precisa ser mitigado e superado. E algo que deve demorar muitos anos e não pouco esforço das comunidades.


O novo normal estipula novas formas de relacionamento interpessoal e social, trazendo um distanciamento pouco presente em comunidades latinas. O uso da máscara facial em casos de gripe e da própria Covid-19 seguirá sendo fundamental, mesmo que vacinas eficazes sejam encontradas. Mudar nosso “modo de ser” é algo que encontraremos aos poucos, ao caminhar. Mas cabe as comunidades implementar o mais que puderem medidas de contenção de contágio de doenças, que tudo indica devem surgir durante esta década.


A educação também mudou. A distância, o ensino a distância, os EADs, tendem a se tornar a regra. Mesmo a educação primária e secundária acaba mostrando necessidade de mudanças e de dependência de novas tecnologias para seguir existindo de forma eficaz e segura. A grade curricular dos ensinos básico e médio tem se voltado ao ensino profissionalizante, gerando mão de obra para um mercado que, muitas vezes, não está apto a receber os novos formados. Adequar as grades curriculares técnicas, tecnológicas e profissionalizantes às realidades das localidades é outro desafio posto aos líderes do agora e dos próximos 10 anos.
Na contramão do notável avanço tecnológico e científico, uma massa cega de seres humanos segue resistindo duramente à ciência e até aos fatos reais, gerando e acreditando em mentiras e boatos – hoje, fakenews – e gerando desinformação por todo lado. Desde terraplanistas, pessoas contrárias às vacinas e outros que escolhem, deliberadamente, ignorar provas e dados científicos para seguir ideias absurdas e formar grupos de “haters” que – gratuitamente – atacam a tudo e todos que com eles não se alinham. O que pode parecer até engraçado, à primeira vista, desnuda um problema quase antropológico. Diante do crescimento de grupos assim formados, a própria estrutura da civilização pode sofrer ataques e rupturas pontuais. Combater a ignorância, mesmo a deliberadamente acolhida ou escolhida, é obrigação fundamental de todas as comunidades.


O desenvolvimento da ciências e o número de cientistas, de profissionais doutores, é outra régua pela qual se pode medir países e comunidades. O Brasil, particularmente, é um celeiro de mentes brilhantes. Mas que acabam deixando o país quando o assunto é ciência e pesquisa. Encontrar formas de fomentar e implementar um plantel de cientistas e pesquisadores é outro caminho para a década.


Não se tratam de desafios para países, apenas. As trincheiras onde estas disputas ocorrerão são as pequenas cidades e comunidades também. Entender as mudanças e levar nossas cidades a posição de cabeça – não de cauda – é tarefa dos líderes políticos eleitos.


A informação é fundamental para o desenvolvimento de qualquer comunidade. E em tempos de redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas, um jornal como DEMOCRATA é fundamental como fonte confiável de notícias, de debates e de informação.

 



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