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Adolescente é agredido com fogo em escola de Mococa. Racismo teria sido motivação.

15/05/2025

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 Um grave caso de agressão ocorrido na Escola Municipal Barreto Coelho, em Mococa, expôs não apenas a fragilidade da segurança no ambiente escolar, mas também trouxe à tona uma motivação alarmante: o racismo. Um adolescente de 11 anos, que realiza tratamento psicológico no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), foi atacado por outro aluno que ateou fogo em sua calça e perna, causando queimaduras e lesões. A agressão ocorreu no dia do aniversário da vítima.

 
Segundo a avó do menino, que o cria desde bebê, a violência foi motivada por preconceito racial. Ela relata que o neto, negro, vinha sendo alvo de ofensas e agressões físicas por parte de colegas, com episódios que se intensificaram nos dias que antecederam o ataque.
“Eu crio eles desde bebê, então eu estou horrorizada com o que aconteceu com ele, justo no dia do aniversário do meu filho”, disse Marcelene Cacheta, avó do adolescente.
Ainda conforme relato da responsável, o menino vinha sofrendo bullying há ao menos quatro dias, mas evitava denunciar as agressões por medo de represálias. A situação só veio à tona quando, ao dar banho no neto, a avó percebeu as queimaduras e os machucados espalhados pelo corpo.
“Meu filho contou que já há quatro dias ele vem sofrendo agressão dentro da escola, só que ele não podia contar para ninguém, porque ele também era ameaçado. Como ele tem só eu para cuidar dele, então ele não falava... Até que então chegou esse fim dele colocar fogo no meu filho. Ele colocou fogo no meu filho e ameaçou meu filho ainda, chutou meu filho.”
A avó afirma que, durante os episódios de bullying, o agressor proferia ofensas de cunho racial, e que o ataque com fogo seria a culminância de uma série de violências motivadas pelo preconceito. O caso, portanto, não se limita a um ato isolado de violência escolar, mas configura, de acordo com a família, crime de racismo.
O adolescente permanece em casa, visivelmente abalado, evitando contato social e se recusando a retornar à escola.
“Ele não está indo na escola porque está com medo. Você fala com ele, a hora que fala no nome dele, ele já começa a tremer. E ele faz tratamento no CAPS, toma remédio, e eu não sei o que fazer”, desabafa Marcelene.
Boletim de ocorrência foi registrado tanto pela avó quanto pela direção da escola. Apesar disso, segundo Marcelene, o agressor voltou a intimidar a família após a formalização da denúncia.
“Ele passou aqui gritando, ameaçando a gente.”
O caso está sob investigação das autoridades policiais e mobilizou setores da assistência social e da educação do município. A direção da escola Barreto Coelho e a Secretaria Municipal de Educação ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o episódio.
A comunidade aguarda providências que garantam a responsabilização dos envolvidos, o amparo à vítima e o fortalecimento das políticas de combate ao racismo e à violência no ambiente escolar.
Nas redes sociais o fato gerou enorme repercussão, com comentários duros. Boa parte das internautas entendeu que não adianta a avó procurar a escola ou mesmo autoridades em Mococa. A sugestão foi procurar a Secretaria de Educação, em São João da Boa Vista. 
Outros casos de Bullying foram mencionados, sempre com acusações de inação por parte da escola:
Segundo comentários, a escola estaria buscando desacreditar os fatos como narrados pela vítima:
A escola chegou a ser homenageada recentemente pela prefeitura, laureada com Excelência Educacional
 
A reportagem conversou com a avó da vítima, que está esgotada, preferindo não falar mais sobre o caso neste momento. É a imagem do desamparo, de uma sociedade que culpa as vítimas e em que agressores se protegem. 
A prefeitura de Mococa foi consultada pela reportagem, mas até o fechamento desta matéria não havia se manifestado. Caso se manifeste, a matéria será editada e a declaração publicada.
Com informações da TVD de Mococa e redes sociais



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