SÃO JOSÉ DO RIO PARDO E REGIÃO – ANO 36



Dr. José de Paula Maciel Neto fala sobre o novo sistema informatizado do PS

14/04/2025

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DEMOCRATA: Doutor, o que representa, do ponto de vista médico, a informatização do atendimento no Pronto-Socorro?
Dr. José Maciel Neto:
Representa um avanço fundamental. A informatização trouxe mais agilidade, maior segurança clínica e melhor rastreabilidade das informações. Agora conseguimos registrar todo o atendimento de forma mais organizada e com acesso rápido ao histórico do paciente, principalmente com a integração ao PEC, o prontuário eletrônico do Ministério da Saúde. Isso qualifica muito a nossa tomada de decisão.

DEMOCRATA: De que forma a integração com as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) impacta a atuação dos médicos do Pronto-Socorro?
Dr. José Maciel Neto:
Impacta diretamente. Antes, atendíamos um paciente sem saber o que havia sido feito na UBS dele. Agora conseguimos visualizar as consultas anteriores, exames solicitados, prescrições. Essa visão mais completa nos permite evitar repetições de exames, entender melhor o histórico da queixa e, principalmente, oferecer uma conduta mais resolutiva. Além disso, o médico da UBS também consegue ver o que foi feito no Pronto-Socorro, o que favorece a continuidade do cuidado.

DEMOCRATA: E quanto ao uso do Protocolo de Manchester? Como ele se insere nesse novo modelo de atendimento?


Dr. José Maciel Neto:
O Protocolo de Manchester é a base da classificação de risco que utilizamos. Ele padroniza o atendimento nas urgências, garantindo que os casos mais graves sejam atendidos com prioridade. A informatização facilitou muito esse processo, porque agora a triagem é registrada diretamente no sistema, com critérios objetivos. Isso evita subjetividades e ajuda a distribuir melhor os fluxos de atendimento conforme a gravidade do quadro clínico.

DEMOCRATA: O senhor pode explicar brevemente como funciona esse protocolo?
Dr. José Maciel Neto:
Claro. O Protocolo de Manchester utiliza uma escala de cores: vermelho para emergências imediatas; laranja para casos muito urgentes; amarelo para urgentes; verde para pouco urgentes; e azul para não urgentes. Cada paciente passa por uma triagem feita por um profissional de enfermagem capacitado, que avalia sinais vitais, sintomas e histórico. A partir disso, o sistema classifica o risco e direciona para o atendimento mais adequado.

DEMOCRATA: Como os tablets e os novos equipamentos auxiliam a equipe médica?
Dr. José Maciel Neto:
Eles otimizam o trabalho. Com os tablets nas salas de enfermagem e computadores nos consultórios, temos acesso imediato às prescrições, exames, evolução do paciente, e conseguimos lançar dados em tempo real. Isso reduz erros, agiliza a administração de medicamentos e fortalece o trabalho em equipe, porque todas as etapas do atendimento estão interligadas no sistema.

DEMOCRATA: Houve resistência da equipe médica ou de enfermagem ao novo modelo?
Dr. José Maciel Neto:
No início sempre há um processo de adaptação. Alguns profissionais estavam acostumados ao papel, mas a equipe da WA — empresa que nos acompanha na implementação — fez um excelente trabalho de capacitação. Hoje, todos já estão familiarizados e colhem os frutos dessa mudança. A digitalização veio para ficar.

DEMOCRATA: Na sua visão, qual o maior ganho para o paciente?
Dr. José Maciel Neto:
O maior ganho é a segurança no cuidado e a continuidade do tratamento. Quando todas as informações estão organizadas, disponíveis em tempo real e integradas com a rede de saúde, conseguimos atender melhor. Além disso, o paciente percebe que o atendimento é mais ágil e mais confiável. Ganha o médico, ganha a enfermagem, ganha a gestão — mas, principalmente, quem ganha é o cidadão. 

O que é o Protocolo de Manchester? 

Criado no Reino Unido, o Protocolo de Manchester é um sistema de classificação de risco utilizado em serviços de urgência e emergência para organizar o atendimento de acordo com a gravidade do caso, e não pela ordem de chegada.

Ele é baseado em uma escala de cores, que define o tempo máximo de espera para atendimento:

 

 

 

 

 

 

A triagem é feita por um profissional de enfermagem treinado, que analisa sintomas, sinais vitais e histórico do paciente. O sistema informatizado, agora em funcionamento no Pronto-Socorro Municipal, registra essas informações e gera automaticamente a classificação, garantindo transparência, segurança e eficiência no atendimento.



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