Mães Sem Desejo, Filhos Sem Afeto: O Lado Silenciado do Dia das Mães
16/05/2025
Hoje vamos conversar sobre o Dia das Mães e o impacto emocional que essa data pode causar em muitas pessoas.
Para a maioria, é um dia de celebração do amor incondicional, da força e do cuidado que existem nas relações entre mães, filhos, avós e netos.
É uma data que costuma evocar alegrias, lembranças felizes e vínculos saudáveis.
No entanto, essa não é a realidade de todos. Nem todas as relações entre mães e filhos são pautadas pelo respeito, afeto e proteção.
Em muitos casos, infelizmente, essas relações são marcadas por ausências emocionais profundas.
A figura materna, idealmente um espelho de amor e segurança, nem sempre consegue exercer esse papel — não por falta de amor, mas por falta de preparo emocional, psicológico ou mesmo por não ter desejado essa maternidade. É importante dizer com clareza: nem toda mulher quer ou precisa ser mãe — e isso está tudo bem.
O problema surge quando a maternidade acontece sem consciência, sem preparo e sem desejo. Ter um filho vai muito além de gerar uma vida.
É assumir a responsabilidade de formar um ser humano, de cuidar da sua saúde emocional, de garantir afeto, segurança e vínculo.
Quando uma mulher engravida sem estar emocionalmente preparada, os impactos recaem diretamente sobre a criança.
Desde a gestação, o bebê pode sentir o desamparo, o despreparo, a rejeição. Isso pode desencadear, ao longo da vida, sentimentos de abandono, baixa autoestima, dificuldades de vínculo, comportamentos desafiadores, ansiedade, depressão, agressividade ou isolamento.
Muitas crianças, inclusive, crescem se sentindo culpadas pela tristeza ou ausência emocional da mãe. Elas aprendem, de forma inconsciente, que o amor precisa ser conquistado — e que, talvez, elas não sejam dignas de recebê-lo. Isso causa dores profundas e marcas que se estendem até a vida adulta.
Por isso, fica aqui um alerta necessário e urgente: Ser mãe exige preparo emocional, estabilidade psicológica e, sobretudo, desejo genuíno.
A maternidade deve ser uma escolha consciente e responsável — nunca uma imposição social ou uma consequência do acaso. Nem toda mulher nasceu para ser mãe. E tudo bem com isso.
O que não podemos aceitar é trazer ao mundo uma vida e não oferecer a ela o mínimo necessário para crescer com saúde emocional, afeto e dignidade.
Neste Dia das Mães, além das homenagens, que possamos também refletir sobre a maternidade consciente. Porque amar um filho vai muito além de colocá-lo no mundo — é sobre estar presente, emocionalmente disponível e preparada para guiá-lo com amor.
Abraços com carinho,
Fernanda Ferreira
Psicóloga Comportamental | Em constante escuta e aprendizado com a vida
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